Sexta-feira. O dia em que você volta pra casa às 23:30, detonado, morrendo de dor nas costas, depois de uma semana jantando xis perto da universidade por causa de um trabalho extenso. Você não, eu. O dia em que eu chego em casa doido pra deitar e dormir até a manhã de segunda, antes de lembrar que o trabalho ainda não tá pronto e que o fim-de-semana vai ser gasto nisso.
Aí eu ligo o computador, abro o MSN, falo com um ou dois e penso: “pô, bem que eu podia jogar alguma coisinha”. Não Final Fantasy VI, com suas músicas maravilhosas que já tão no meu PC graças ao último post do Gui. Não Metal Gear Solid: Twin Snakes.
Tudo que eu quero é um jogo simples. Simplezinho pra caralho.
E então eu lembro que esse nicho do mercado não morreu, e que nem só de gráficos esplêndidos e histórias fantásticas são feitos os jogos. Eu me animo duplamente: primeiro porque sei que vou ter algo pra desestressar e segundo porque lembro que desenvolver jogos é meu projeto de vida profissional, e que isso não implica necessariamente em ser um empregado entre mil de uma empresa gigante, o cara que programa os arbustos da terceira fase.
Aí eu abro a pasta de jogos e percebo que há alguns games desse tipo, só esperando eu chegar cansado da universidade.
flOw
Esse é sem dúvidas o mais conhecido. Ficou famoso após ser anunciada uma conversão pra PS3. Tudo bem que a versão “next-gen” é ainda mais linda e formosa, mas eu vou é falar do flash, porque não tenho PS3.
O que mais me anima nesses joguinhos simples é sua originalidade. Novas idéias são sempre bem-vindas, e parecem ser o futuro das pequenas produtoras. Não estamos mais em 1985, quando três ou quatro amigos se reuniam e faziam algo grandioso como Dragon Quest. Grandioso agora é sinônimo de caro, então resta aos novatos inovar em jogos pequenosos.
E inovar não é fazer uma versão de Tetris com lol-kittehs no lugar das barras. É criar algo novo como flOw, onde você guia um ser primitivo mergulhado no Piscinão Primordial de Ramos em busca de alimento. Em “alimento” leia “outros seres primitivos (…) em busca de alimento”. O objetivo é evoluir sua ameba ou seja lá o que for aquilo, a cada pouco aprofundando-se no mar para conseguir nutrientes mais complexos de organismos mais complexos. É bom lembrar que esse também é o objetivo deles, então não há barra de vida: ou você os come ou eles o comem. Sem frescura.
Mas o que impressiona é a fluidez da jogabilidade e o tom artístico do game. As músicas são sons de poucos segundos cada juntados aleatoriamente de acordo com o ambiente. O que fica lindo e viciante, combinado com os cenários que passam muito bem a impressão de se ser uma criatura aquática, não que eu saiba como é ser uma. Quando você perceber vai ter esquecido de assistir a novela pra ficar brincando com o protozoário. No PS3 fica mais bonito ainda, pelo que vi nos trailers, mas você não tem um PS3.
Então baixe aqui. É só escolher um mirror ou então jogar na própria página. É fácil de pegar o jeito: bolinha vermelha faz você descer no mar, bolinha azul faz subir, clique esquerdo do mouse acelera o bicho. Vale a pena, só não faço um review mais detalhado porque todo mundo já o fez 😀
Plasma Pong
Ok, eu acabei de falar que releitura de Tetris com gatinhos no lugar de barras são horríveis e já existem aos montes. Mas releitura de Pong com um campo de plasma só existe uma, creio eu. E é Plasma Pong.
Não faço a mínima idéia de como achei esse game, mas sempre serve pra divertir num momento de ócio curto no PC. Enquanto espera a irmã sair do banho pra usar o banheiro ou qualquer coisa assim. Basicamente é um Pong com um ambiente psicodélico controlado por você e por seu adversário. Clique esquerdo “sopra” o plasma, segurar o direito atrai a bolinha para você, soltar o direito causa uma explosão do plasma ao redor, possivelmente jogando a bola pra longe. A não ser que o fluxo contrário esteja muito forte na hora da explosão.
E isso que é legal. Lidar com o fluxo. Fazer o computador de bobo rebatendo a bola e jorrando o líquido em cima dela. O conceito de manipulação do plasma aliado à psicodelia do mesmo e à música frenética rendeu ao jogo o título de um dos “Melhores Games Indie de 2007”. Diversão garantida, e se bobear tem multiplayer. Baixe aqui e seja feliz.
Peggle Deluxe
Bueno passou pra Fabio que passou pra Felipe, que viciou a ponto de chegar três dias seguidos atrasado na aula de Arquitetura de Computadores.
De vez em quando uma dessas produtoras de jogos por US$9,90 cujos nomes acabam em Deluxe lança algo bom, e Peggle é um exemplo. Simples de aprender e viciante depois disso. Como aprender resume-se em “dá um clique aí… beleza, aprendeu”, o jogo inteiro é cativante. O objetivo é acabar com todas as pegs laranjas de cada fase, dentre as muitas azuis, utilizando um canhão que atira uma bolinha.
Conceito o mais simples possível. Simples e muito bem executado. Primeiro porque é meio uma mistura de Bust-a-Move com Arkanoid: você tem um canhão lá no alto e tem que mirar nas coisinhas, mas há um balde se mexendo na parte de baixo da tela. Se você tem a sorte ou a manha de derrubar a bola lá depois de uma jogada bem executada, free ball! Para ajudar na parte entre o tiro e o balde, há 10 “Peggle Masters” para ajudar você em sua aventura no “Peggle Institute”. Após completar o modo aventura, onde você joga algumas fases com cada um desses personagens, pode escolhê-los em fases rápidas, desafios ou duelos multiplayer no mesmo PC.
A parte legal dos Masters é que cada um tem um poder diferente, ativado batendo num peg verde. O unicórnio prevê o caminho pelo qual sua bola vai seguir caso você atire, o castor dá multiballs e a flor detona 1/5 dos blocos laranja restantes, para citar alguns. E tudo muito colorido num estilo hippie de ser, com uma leve temática musical: as opções do menu inicial são as sete notas, a Nona Sinfonia surge quando você detona o último bloco laranja (impossível não rir da primeira vez) e a Spooky Ball da abóbora toca Tocata e Fuga quando é ativada. Tudo muito bem executado e posicionado.
Caso você não tenha US$19,95 pra comprar Peggle no site oficial, eis aqui o jogo, gentilmente upado pelo Fabio. Só instalar, crackear e se divertir.
Qualquer dúvida, os comentários tão aí pra isso 😉