Vocês devem ter percebido uma queda na freqüência de posts aqui no NC. É que eu tava de férias, e como bom vagabundo em férias tudo o que eu fazia era jogar Prince of Persia e escrever bobagem aqui, num ritmo frenético. Só que agora não dá mais, porque minhas aulas começaram e já tem professor atochando trabalho nos pobres protótipos de programadores. Isso, somado ao fato de que a aula é à tarde e que as férias do Gui ainda tão longe, leva a uma diminuição no conteúdo dos posts.
MÃNS entrei nesse semestre com o pé direito e decidido a aproveitar meu tempo. Semestre passado eu tinha aula só de manhã, e por alguma força mágica eu simplesmente não conseguia aproveitar a tarde. Quando eu via tava jantando e tinha passado o dia inteiro vadiando na internet. Dessa vez vou fazer um auto-policiamento do tipo “ô infeliz, tu já tá há 10 minutos só vendo as estatísticas do NC, toma vergonha na cara e vai lá jogar Final Fantasy VI”. E se jogar FF VI não é aproveitar o tempo pra vocês, eu não sei o que é.
Mentira, eu sei o que é. Eu pretendo também ficar mais tempo com a namorada e ler mais livros. Nas horas vagas quem sabe estudar.
Lembrando que isso são minhas promessas de começo de semestre, não dá pra confiar plenamente. Das minhas promessas de férias, só zerei a trilogia Prince of Persia mesmo. Quando arranjar bastante tempo (levo pelo menos 4 horas pra escrever um review pra vocês, dependendo da empolgação) vou resenhá-los um por um, detalhando que Warrior Within no fim das contas foi uma merda mesmo.
Indo ao que interessa, achei na internet dois ótimos textos que todo mundo já deve ter visto, mas eu ainda não tinha e gostei. O primeiro, que eu achei aqui (eu tenho que parar de linkar o Fabio, isso tá ficando doentio), expõe as razões do autor para achar que os jogos são a forma definitiva de arte e como isso deve ser aproveitado. Se eu não fosse ser processado depois, traduzia o texto inteiro aqui, mas vou só colocar os subtítulos:
– Jogos podem ser muito bons em transmitir emoção
– A tristeza te marca por mais tempo que a alegria
– A miséria é demais
– O simples é chato
– Os jogos estão se repetindo
– Pra que usar uma mídia com um único propósito?
É claro que o autor esbarra em alguns problemas para se levar adiante essa idéia:
– Jogos “políticos” recentes falharam miseravelmente
– Jogos são muito, muito difíceis de se fazer
– A maioria dos gamers não quer se sentir infeliz
– Há pouco incentivo financeiro para se criar jogos tristes
Aqui ó: “Diversão não é o bastante: por que os videogames têm que ir além do escapismo”.
O texto é grandinho, mas sem dúvida vale a leitura. Ao menos pra mim. Ele expande com maestria as poucas linhas de chat onde falei pro Gui que achava que a partir de agora as produtoras iam investir na história e no aspecto artístico do enredo ao invés de continuar fazendo games da Segunda Guerra Mundial cada vez mais bonitos. Não que eu tenha muita confiança que isso vai acontecer, porque sempre vai ter um Bajerski da vida tendo um PS2 só pra jogar Winguélvi, mas seria lindo se acontecesse.
E se o autor desse último texto sonha com um mundo melhor onde jogos são tão importantes e dizem tanto quanto os melhores filmes, o cara que escreveu o próximo chafurda no gameplay pra enumerar os 20 pontos que ele quer que a nova geração melhore, ao invés de simplesmente nos encher de monstros mais bonitos e explosões mais realistas. Entre as reclamações estão:
– Dêem-nos uma I.A. que realmente nos supere de vez em quando
– Dêem-nos um gênero de jogo que nunca vimos antes. Algo que não seja um FPS, ou RPG, ou Madden NFL, ou… [pessoalmente, esse é meu projeto de vida profissional. Ainda vou discorrer sobre isso em alguns posts quando sentir que vocês levam a sério o que eu digo]
– Tentem ver o outro lado das tetas em games
– Acabem com o loading
– Acabem com as paredes invisíveis
– Aproveitando, acabem com todas as paredes arbitrárias [tipo portas de madeira que, apesar de estarem apodrecendo, só abrem se você tiver a chave X]
– Banam a dificuldade arbitrária [tipo portas de madeira que, apesar de estarem apodrecendo, só abrem se você tiver a chave X, encontrada lááá na puta que o pariu]
– Sério, livrem-se das caixas
– Não usem a capacidade online como desculpa pra lançar jogos bugados
Aqui ó: “A Gamer’s Manifesto”.
Esse viaja um pouco mais, mas incrivelmente concordei com quase todos os pontos. Menos o 6, que pede pra que os desenvolvedores usem adequadamente o HD dos consoles e permitam que se salve o jogo em qualquer lugar. Sabemos como save state de emulador acaba com a dificuldade, você acaba salvando antes de cada pulo e tal. Sei lá.
Mas então, é isso. Com esses dois textos vocês têm bastante o que ler até o próximo post emo do Gui ou o próximo enche-lingüiça meu. Ou até a resenha de Sands of Time, porque eu tenho que fazer um suspensezinho.