Divertir não basta: um manifesto gamer

26 abril 2007

Vocês devem ter percebido uma queda na freqüência de posts aqui no NC. É que eu tava de férias, e como bom vagabundo em férias tudo o que eu fazia era jogar Prince of Persia e escrever bobagem aqui, num ritmo frenético. Só que agora não dá mais, porque minhas aulas começaram e já tem professor atochando trabalho nos pobres protótipos de programadores. Isso, somado ao fato de que a aula é à tarde e que as férias do Gui ainda tão longe, leva a uma diminuição no conteúdo dos posts.

MÃNS entrei nesse semestre com o pé direito e decidido a aproveitar meu tempo. Semestre passado eu tinha aula só de manhã, e por alguma força mágica eu simplesmente não conseguia aproveitar a tarde. Quando eu via tava jantando e tinha passado o dia inteiro vadiando na internet. Dessa vez vou fazer um auto-policiamento do tipo “ô infeliz, tu já tá há 10 minutos só vendo as estatísticas do NC, toma vergonha na cara e vai lá jogar Final Fantasy VI”. E se jogar FF VI não é aproveitar o tempo pra vocês, eu não sei o que é.

Mentira, eu sei o que é. Eu pretendo também ficar mais tempo com a namorada e ler mais livros. Nas horas vagas quem sabe estudar.

Lembrando que isso são minhas promessas de começo de semestre, não dá pra confiar plenamente. Das minhas promessas de férias, só zerei a trilogia Prince of Persia mesmo. Quando arranjar bastante tempo (levo pelo menos 4 horas pra escrever um review pra vocês, dependendo da empolgação) vou resenhá-los um por um, detalhando que Warrior Within no fim das contas foi uma merda mesmo.

Indo ao que interessa, achei na internet dois ótimos textos que todo mundo já deve ter visto, mas eu ainda não tinha e gostei. O primeiro, que eu achei aqui (eu tenho que parar de linkar o Fabio, isso tá ficando doentio), expõe as razões do autor para achar que os jogos são a forma definitiva de arte e como isso deve ser aproveitado. Se eu não fosse ser processado depois, traduzia o texto inteiro aqui, mas vou só colocar os subtítulos:

– Jogos podem ser muito bons em transmitir emoção
– A tristeza te marca por mais tempo que a alegria
– A miséria é demais
– O simples é chato
– Os jogos estão se repetindo
– Pra que usar uma mídia com um único propósito?

É claro que o autor esbarra em alguns problemas para se levar adiante essa idéia:

– Jogos “políticos” recentes falharam miseravelmente
– Jogos são muito, muito difíceis de se fazer
– A maioria dos gamers não quer se sentir infeliz
– Há pouco incentivo financeiro para se criar jogos tristes

Aqui ó: “Diversão não é o bastante: por que os videogames têm que ir além do escapismo”.

O texto é grandinho, mas sem dúvida vale a leitura. Ao menos pra mim. Ele expande com maestria as poucas linhas de chat onde falei pro Gui que achava que a partir de agora as produtoras iam investir na história e no aspecto artístico do enredo ao invés de continuar fazendo games da Segunda Guerra Mundial cada vez mais bonitos. Não que eu tenha muita confiança que isso vai acontecer, porque sempre vai ter um Bajerski da vida tendo um PS2 só pra jogar Winguélvi, mas seria lindo se acontecesse.

E se o autor desse último texto sonha com um mundo melhor onde jogos são tão importantes e dizem tanto quanto os melhores filmes, o cara que escreveu o próximo chafurda no gameplay pra enumerar os 20 pontos que ele quer que a nova geração melhore, ao invés de simplesmente nos encher de monstros mais bonitos e explosões mais realistas. Entre as reclamações estão:

– Dêem-nos uma I.A. que realmente nos supere de vez em quando
– Dêem-nos um gênero de jogo que nunca vimos antes. Algo que não seja um FPS, ou RPG, ou Madden NFL, ou… [pessoalmente, esse é meu projeto de vida profissional. Ainda vou discorrer sobre isso em alguns posts quando sentir que vocês levam a sério o que eu digo]
– Tentem ver o outro lado das tetas em games
– Acabem com o loading
– Acabem com as paredes invisíveis
– Aproveitando, acabem com todas as paredes arbitrárias [tipo portas de madeira que, apesar de estarem apodrecendo, só abrem se você tiver a chave X]
– Banam a dificuldade arbitrária [tipo portas de madeira que, apesar de estarem apodrecendo, só abrem se você tiver a chave X, encontrada lááá na puta que o pariu]
– Sério, livrem-se das caixas
– Não usem a capacidade online como desculpa pra lançar jogos bugados

Aqui ó: “A Gamer’s Manifesto”.

Esse viaja um pouco mais, mas incrivelmente concordei com quase todos os pontos. Menos o 6, que pede pra que os desenvolvedores usem adequadamente o HD dos consoles e permitam que se salve o jogo em qualquer lugar. Sabemos como save state de emulador acaba com a dificuldade, você acaba salvando antes de cada pulo e tal. Sei lá.

Mas então, é isso. Com esses dois textos vocês têm bastante o que ler até o próximo post emo do Gui ou o próximo enche-lingüiça meu. Ou até a resenha de Sands of Time, porque eu tenho que fazer um suspensezinho.


Guia: GameCube ou PlayStation 2 – Qual escolher?

9 fevereiro 2007

Uopa. Belezinha? Eu to ótimo. Então, esse post aqui vai pra você que tá afim de comprar um console, não tem grana pra um dos 3 novos e quer pagar menos que 700 dinheiros com um dos “velhos”. Vou ficar devendo no quesito Xbox, pór que não tenho um, mas como PS2 e GC eu tenho, vou abusar do poder da escrita pra tentar informar ao caro leitor as vantagens de cada um, podemos começar?

Opa, ainda não, esqueci de dizer como eu vou avaliar os consoles. E vai ser algo bem simples, vou pegar alguns critérios que são importantes e avaliar um por um, cada critério vale um ponto, e se você não ficou jogando LocoRoco nas aulas de matemática, descobrirá que aquele que obtiver mais pontos será o ganhador. Os quesitos avaliados serão: Gráficos, Biblioteca de Jogos, Joystick, Franquias, Popularidade e Mídia Utilizada. Pra mim, essas são as coisas mais importantes pra um console. Agooora sim comecemos.

Gráficos

Vou ser curto e grosso, podem contestar o quanto quiserem, mas aqui quem leva é o Nintendo GameCube. É MUITO melhor, pouquíssimos serrilhados, texturas mais bem feitas, personagens mais “redondos”…Não tem muito o que falar, eu até poderia colocar as especificações técnicas de cada pra provar que o poder do GC é maior que o do PS2, mas tanto eu quanto você não entendemos nada do que aqueles números dizem, então nem vou me dar ao trabalho de buscar os dito cujos. Mas eu não quero que vocês pensem que eu sou um vagabundo, então vou buscar aqui duas fotinhos do mesmo game, só que rodando em consoles diferentes, só pra provar de vez. E o game que será usado é o maior exemplo vivo da superioridade do Cube nesse quesito, Resident Evil 4:

Bem…sempre tem um outro que reclama, então trouxe também um vídeo, não dá pra ver ele por aqui, então clica em cima da tela que abre o site do YouTube. “Vídeo Owner” fresco.

Primeiro mostra o de GameCube, depois o de PS2. Vou guiar você, na hora do trovão, repare no chão…a versão de Cube mostra sombras perfeitas…e a de PS2? Cadê a sombra? :O

Viu? Claro, o PlayStation 2 não fica nem um pouco pra trás, vide maravilhas como God of War (que quando eu tava jogando, sem querer pensei: “Eita, não sabia que meu Play 2 rodava isso…), e também Final Fantasy XII (Que cá entre nós, poderia ter um sistema de batalha melhorzinho), mas não tem jeito. Depois de muita enrolação, resumo tudo isso numa frase só: GameCube tem gráficos melhores e ponto, caralho!

GameCube 1 x 0 PlayStation 2

Biblioteca de Jogos
Se aqui eu colocasse um “Hahahahaha!” e logo abaixo adicionasse um ponto pro PlayStation 2, todos entenderiam. Claro! O PlayStation 2 chuta a bunda do Cube FÁCIL nesse tópico aqui. Porra, falando sério, eu sou grosseiro com pessoas que tentam defender o Cube dizendo que ele tem mais jogos legais que o PlayStation 2. Claro, o Cube tem muito jogo legal pra caramba, não sei o que seria de mim sem Animal Crossing, mas é fato que o PS2 agrada muito mais no quesito biblioteca de jogos. Quer um exemplo? Vide Shadow of the Colossus, vide Okami, Kingdom Hearts, e assim vai, é MUITO mais jogo. Nem sei por que escrevi o texto, simplesmente não tem comparação. Pontinho merecido pro PS2, e uma imagem pra comprovar…:

GameCube 1 x 1 Playstation 2

Joystick

Aqui eu serei facilmente contestado com o argumento “isso é questão de gosto pessoal”, o que não deixa de ser uma verdade. Mas eu tou analisando no meu ponto de vista, e quem ganha aqui NÃO é o seu console favorito de churrascos de domingo com primos mais velhos que só jogam Winning Eleven, e sim o estupendo joystick do Nintendo GameCube.

Aquilo ali em cima é uma coroa, tá?

E não me venham dizer que “Aff o controle do Cube é uma merda pra jogos de luta”, por que ele NÃO É! Só pra citar aqui, eu dou um pau em qualquer um no Soul Calibur II de GameCube e só levo sova no Soul Calibur II de PlayStation 2, mas isso não é argumento porcaria nenhuma, então deixa eu pensar aqui…Ah, sim, dizem que o controle do Cube é ruim por ser “grande”. Se você pensa assim, eu ouso afirmar que nunca em sua vida inteira você encostou num Joystick de GameCube. Tou certo? Provalvemente. Sabe por que? Por que o controle de Cube se ajeita com tamanha perfeição na mão, que a última coisa que você vai pensar é “Cacete, como é grande!”, já o DualShock (Que deveria ter ficado assim no PlayStation 3, pois cá entre nós, aquele Sixaxis deve ser uma bosta) deixa os dedos sobrando, é ruim de alcançar o analógio (tem que esticar o dedão, ô porrinha ruim), e esse sim é pequeno demais. Outra coisa que dizem é que é horrível fazer “combos” com o joystick de Cube, porque é difícil “segurar dois botões juntos”. Sendo altamente preciso, eu li em alguma comunidade sobre algum console no Orkut, que alguma empresa fez um tipo de pesquisa que constatou que existem mais botões que podem ser pressionados juntos no controle do Cube do que no DualShock. E esse texto já tá grande pra porra, se alguém quiser discutir esse assunto, sinta-se livre pra usar os comentários, ok? Ok. Ponto pro GameCube.

GameCube 2 x 1 PlayStation 2

Franquias

Eu considero um tema polêmico esse tal de “Franquias”. Usado por Sonystas pra ridicularizar a Nintendo, e usando por Nintendistas pra se orgulhar da Nintendo. Uma coisa é certa: Todo mundo – mesmo que implicitamente – concorda que as franquias da Nintendo são fodas, e melhores que as da Sony. Ou você vai ousar dizer que God of War é melhor que Zelda? Veja bem, eu não falei que qualquer Zelda é melhor que God of War, até por que GoW (O de PS2, não o de Xbox 360) é bem melhor que Zelda Wind Waker, por exemplo. Mas como FRANQUIA, até Fire Emblem é melhor que God of War. Eu poderia ficar a tarde toda aqui dizendo games da própria Nintendo que são fenomenais, eu começaria falando de Super Mario Bros., daí quem sabe passaria pra The Legend of Zelda – A Link to the Past, aí iria cego pra Metroid Prime, daí voltaria pro Snes, com Super Metroid, e assim eu iria, a tarde toda, falando das franquias que querendo ou não fazem da Nintendo a empresa gigante que ela é. Outro pontinho pra GameCube. Que por mim vale dois pontos, mas aí vocês iriam cogitar a possibilidade de comer meu fígado, portanto fica só um mesmo.

GameCube 3 x 1 PlayStation 2

Popularidade

Fato. Seja na grande Pitanga (também conhecida como “A Cidade do Prédio”, devido ao fato de ela ter O prédio, sabe como é, UM só. Na cidade inteira) ou seja em Madri, o PlayStation 2 é muitíssimo mais popular que o GameCube. Usando-me como exemplo outra vez, NINGUÉM da minha família saberia o que é um GameCube se eu não tivesse um. Minha mãe até hoje me vê jogando aquela partida deliciosa de Super Smash Bros. Melee e brada: “Você devia jogar menos esse PlayStation, moleque”. Pois é, isso é só um pequeno exemplo comparado com o critério principal, as vendas. Dá uma googlezada aí, “vendas playstation 2”, você vai ver que, não só no Brasil, mas no mundo todo, o PlayStation 2 vendeu MUITO mais que QUALQUER UM de seus rivais. Então se você quiser ter um console que com certeza alguém do seu condomínio também tem, compra o Play 2. E isso é importante sim, afinal, é muito melhor poder comentar com os amiguinhos que “tou com 80% de Bully completo” do que “Cacete, hoje liberei o Roy no SSBM!” com algum moleque de 12 anos que reveza seu tempo entre Tíbia e GameCube. Pontão pro PS2.

GameCube 3 x 2 PlayStation 2

Mídia Utilizada

Nem é um fator tão importante…MENTIRA! A mídia utilizada, pra mim, foi peça-chave na ascensão do PS2 e na queda do GC. E não é “porque é fácil de piratear”, e sim por causa do espaço. Pra dar uma noção, o DVD do PS2 tem mais que o triplo de capacidade do Mini DVD do GC, isso influencia muito em games como Resident Evil 4, que tem um disco no Play2 e dois “mini-discos” no GC. Também tem o fator preço. É isso aí, hoje o preço dos dois é o mesmo, porém, como dito antes, espaço do DVD é melhor, e no final ele acaba saindo mais barato. Sem mais, ponto pro PS2. E pros perdidos, uma foto comparativa:

GameCube 3 x 3 PlayStation 2

…Eita. Empatou. E agora? Choro as pitangas? Não. Digo que esse era EXATAMENTE o resultado que tinha que sair. É que assim, os dois focam a diversão, e nisso os dois fazem bonito, então o que eu tenho a dizer é: Se você tem os dois, você é deveras feliz, se você tem só um deles, você continua sendo feliz! Os dois são ótimos consoles, cada um com seu charme, um talvez seja melhor pela variedade, outro pela tradição, mas os dois merecem cada centavo que você possa investir, ambos trazem entretenimento infinito.

E é isso pessoal, eu particularmente acho que poderia fazer um guiazinho melhor, mas o post ficaria maior do que já tá, e provavelmente pouquíssimas pessoas leriam.

E agora, quero saber se você discorda ou concorda! Fique a vontade pra usar os comentários pra elogiar, contestar, perguntar e xingar.

Só não envolva minha mãe no meio, fechado?