Game Music, truco e atrasos

Bom, pra quem não leu nos comentários, semana passada meu PC resolveu pifar e não ligou desde o lentômetro até sexta-feira.

Acontece que sexta à noite eu fui a um churrasco nos fundos da universidade, com direito a torneio de truco e o escambau. Leia “escambau” como “carne”, porque basicamente a festa era isso e o truco. Como o negócio começou às 18:00, achei que acabava antes das 22:00, aí voltava pra casa e ia postar algo. Porra nenhuma, acabei me inscrevendo no campeonato juntamente com os outros dois piores da turma no jogo citado, e por aí foi até 23:30, quando fomos eliminados.

No fim das contas fiquei até 1:30 naquilo lá pra esperar uns colegas, com direito a professor do curso falando “já vão, bando de viado?” e comentário no NC escrito num teclado wannabe Dvorak pra comemorar a vitória do trio de Bigode (vide ao lado, na sua estadia no México, em foto encontrada por Breno), Bajerski (o cara que tem um PS2 com Shadow of the Colossus e vai receber uns papéis essa semana pra confirmar minha adoção) e TigerTjäder (o cara do teclado ruim, que demorou dois minutos pra escrever “Bigode Comanda!!!!!!!! Campeão do Torneio de Truco, chora Felipe!” nos comentários do último post, e mesmo assim insiste que Dvorak é bem melhor).

Na volta pegamos um ônibus cheio de garotas punks cantando “A Barata da Vizinha”, ou seja lá como isso se chama, com participação especial do cobrador e do motorista na música. Já perto de casa, caminhando na madrugada fria de Santa Maria, ainda vimos duas meninas se beijando. Eu nunca tinha visto. Foi curioso. Mas na internets é mais bonito.

Acabei passando o sábado inteiro e metade do domingo com a namorada, tá tendo Feira do Livro aqui na cidade então voltei atolado de livro até a bunda e deitei sob os cobertores pra começar a ler alguns. Jantei e fui escrever o post de Warrior Within. Mas não consegui, diabo. Eu queria fazer um começo tipo aquele da resenha de Sands of Time, mas não saiu nada do tipo e no fim desanimei com o post inteiro. Vou acabar escrevendo o que eu ia escrever sexta à noite caso tivesse voltado cedo: um ode à música nos jogos.

Se tem alguém que eu admiro como um santo na produção de um jogo é o compositor. Eu sei que sem o designer chefe não haveria o projeto de um jogo. Eu sei que sem os programadores não haveria o jogo na prática. Eu sei que sem o pessoal gráfico não haveria aqueles cenários. Eu sei que sem o produtor não haveria dinheiro pra bancar o desenvolvimento.

Só que eu consigo me imaginar sendo o designer, idéias vêm à mente em cada banho. Consigo me imaginar programando, é só aprender. Consigo me imaginar criando os gráficos, nada que não se resolva com uns livros de geometria ou o que for, e um bom software de desenho. Eu consigo me imaginar sendo o produtor, basta ter dinheiro e saber em quem investir.

Mas, ao mesmo tempo em que consigo pensar num jogo sem música alguma, já que a mesma não é algo necessário, não consigo me imaginar sendo um compositor. Às vezes sento em frente ao teclado ou pego um violão e começo a brincar com as notas, mas não sai nada. Me sinto uma criança de 6 meses com um papel e caneta em mãos: tenho o instrumento necessário mas não sei fazer nada além de sujeira com ele.

O curioso é que isso acontece mais com game music ou música clássica do que com composições normais. Pra mim um guitarrista é alguém que tem grande habilidade manual, um vocalista é alguém que tem boas noções de entonação, um baterista é alguém com um bom senso de ritmo e um letrista é um poeta com um som base. Mas um compositor é alguém que tem todos esses caras à mão, e precisa ter um certo dom pra conseguir juntar todos de modo a fazer coisas memoráveis como os temas de Sonic the Hedgehog, Super Mario Bros, The Legend of Zelda, as lindas músicas de Shadow of the Colossus, Chrono Trigger e Final Fantasy VI, e ainda dar o tom para a aventura, como em Silent Hill e Sands of Time.

Isso é bem percebido nas memórias que temos dos games. Quando ando no caminho de casa até a parada de ônibus e da parada até a universidade, logo após uma horinha de Final Fantasy, não me vem à cabeça uma estratégia de batalha. Muito menos os sprites dos personagens. Às vezes nem a história, mesmo que seja pra pôr toda a informação do dia em ordem. Me limito a assobiar a música do mapa geral e pensar em como eu queria ter um MP3 Player.

Deve ser porque a música é uma arte que te deixa ser bom em sua forma mais crua. Uma coisa é cantarolar o tema de Silent Hill inteiro enquanto caminha pela cidade à noite, outra é se desconcentrar em meio a uma aula e tentar desenhar o protagonista no caderno. O tema depende exclusivamente da sua memória. Para ter o mesmo prazer mental rabiscando, você tem que saber desenhar bem, ou só vai ver um monte de palitinhos sem semelhança alguma com o jogo.

Mesma coisa com memórias a longo prazo. Você pode ver um desenho do Frog, de Chrono Trigger, e não se emocionar. Pode ler aqui sobre o quão legal era visitar o mesmo lugar em diversas épocas e continuar lendo tranqüilo. Mas porra, se eu fosse legal a ponto de upar uma midi do jogo aqui, ia ser impossível você não abrir ao menos um sorriso ao se lembrar da música marcante.

Mas então, cabou de admiração incontida por aqui. Amanhã à noite resenho Warrior Within, e o máximo que posso dizer a respeito é que achei as músicas legaizinhas. Concluo esse post deixando bem clara minha admiração pelos compositores dos jogos acima citados: eu queria ter o dom de Nobuo Uematsu, Akira Yamaoka ou Koji Kondo.

Ou do Bigode.

16 Responses to Game Music, truco e atrasos

  1. M. Bajerski disse:

    Yeah! Primeiro post pwnt! Po felipe, muito engraçada essa foto do vinicius hahahhaha, essa tem que colocar na formatura!

  2. Vinicius disse:

    Essa foto ficou muito boa mesmo. Lembro-me agora dos velhos tempos… Alguém já viu o resto das fotos que tiraram no churrasco? Quero ver aquela do trio campeão.

  3. Lipedal disse:

    Ficou muito foda. Foi o Breno que fez e mandou pro e-mail da inf. As outras acho que ainda não foram upadas.

  4. Paulin disse:

    Imagino como seria se Megamania tivesse música…

  5. Bicho do Mato disse:

    Rpz nem li o post completo, tow sem paciência(tempo), e ja li outros 4 com o mesmo tema, música nos games:
    Se alguém estiver na live e ouvir alguém assobiando a músiquinha de Super Mario World (Snes) sou eu mesmo, eita músiquinha viciante.
    Hoje chegou meu DS, joguei poko q tow no trampo mas ja percebi q vou viciar na música de Mario Kart.
    P.s. Não sou fã e Mario, conhecidência citar a mesma linha de jogos 2x no mesmo comentário.

  6. Bicho do Mato disse:

    Opa, não poderia ficar sem o:
    postencheliguiçaprosperderesdetrucosembigodão.

  7. Gui Stadler disse:

    Podia ter ficado sem sim, Bicho.

  8. Lord Zero disse:

    Porra… Eu consigo me imaginar sendo qualquer um do que você me disse… Menos o desenheiro. Sim, desenheiro.
    Eu num sirvo pra isso…
    Mas realmente a música nos jogos é algo que marca… Pena que hoje em dia isso tem perdido cada vez mais o espaço… Os programadores mostram um dedão do meio pros músicos e colocam músicas licenciadas… Cadê o espaço para novos Akiras Yamaokas ou Koji Kondos?
    No dia que eu programar meus jogos de celular (sim, arranjei um emprego para isso… começo em julho!), eu mesmo farei as MIDIzinhas. Pode não ser muito, mas eu não quero que a música passe reto…

  9. Lipedal disse:

    Depois você me passa as midi e então entrará no rol de compositores amados por mim. Hoje em dia tá meio brabo mesmo, é bem mais fácil pegar músicas pop que tão fazendo sucesso (Tony Hawk’s) ou mesmo pagar uma banda pra fazer uma trilha padrão (Warrior Within) do que criar novas e memoráveis composições. Mas de vez em quando sai algo do tipo sim, Shadow of the Colossus que o diga.

  10. Guelerme disse:

    Esse negócio de “trilha” também depende do jogo, né? Um Need For Speed ou Midnight Dub da vida pra mim funciona muito melhor com músicas licenciadas(KYUSS! QOTSA! ASH!), mas um jogo com temática “épica” com licenciadas são outros 500…

    Eu não me vejo fazendo design de cenários, nessas aí. Adivinha aonde meus projetos de joguinhos no RPG Maker paravam? Eu tinha uma história clichê padrão montada, músicas escolhidas, todas as “tech” feitas, mas na hora de fazer o mapa… :raiva:

    Faz muito tempo que não tem uma música realmente memorável em algum jogo, tipo o SMB Theme…Algumas dos Castlevania mais novos ainda tem o selo “Não desligo a música do jogo pra ouvir o Winamp!” de qualidade, mas…

  11. Katsutoshi disse:

    Concordo com o que falaram… a música por mais que passe despercebido, se ela te chamou a atençao, voce vai ficar assobiando pela rua, pela casa ou qualquer outro canto.

    Outro é que a “trilha sonora” sempre me chama a atenção, seja em games, filmes, animes ou qualquer outra coisa… É algo muito bom voce parar para escutar uma música ou trilha sonora que voce realmente gosta. (Um exemplo sou eu que quando to jogando Baten Kaitos eu tenho que parar de jogar e colocar nos extras pra escutar a trilha The True Mirror ~Guitar Version~)

  12. Lord Zero disse:

    Quem disse que um jogo como Need for Speed precisa de músicas licensiadas? Lembra de Top Gear? Até hoje me emociono com aquelas músicas…
    E num vale dizer que a tecnologia da época não permitia músicas licensiadas… Pois ninguém lembra de Rock’n Roll Racing? Aquilo foi demais pra época… Mas agora já é clichê…

  13. Guelerme disse:

    Músicas licenciadas no Top Gear nem foram cogitadas, o RnR Racing foi algo inovador pacas, e eu gosto de pensar que aquela porra é uma rádio e tal.

    Road Rash e Monster Magnet/Soundgarden. :wub: Sei lá, corrida pra mim tem que ser com um rockzão fudido ao fundo(NFSU que vá tomar no cu, pelo menos tiveram a decência de botar QOTSA)…

  14. junior disse:

    porra eu ainda estou desatualizado
    zerei o chrono mas en super nitendo ainda
    mas eu providenciar o meu play station
    e joga todo o dia
    flww

  15. Júlia disse:

    Nossa.. quanto tempo eu não jogo Chrono!! Tô com vontade!! Época boa…

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